segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Certo olhar básico sobre o livro Esaú e Jacó - de Machado de Assis (com spoiler)

Me falaram que o livro Esaú e Jacó é o melhor livro do Machado de Assis, eu precisaria ler de novo o livro para ver se chego a mesma conclusão. É a primeira vez que o leio e acabo gostando, leria outra vez para entender os detalhes que eu não captei anteriormente. Enfim, é o penúltimo livro do Machado e a mulher dele realmente morreu depois da edição do livro. "Esaú e Jacó" está inserido na fase realista do autor. No livro podemos observar como os dois irmãos (Pedro e Paulo) apesar de serem semelhantes fisicamente eram muito diferentes no mundo das ideias - o que acaba fazendo com que tenham certa divergência, levando-os até mesmo a se digladiarem e se desrespeitarem. Natividade (a mãe) falara para ambos fazerem as pazes - o que acaba acontecendo de uma forma meio falsa. Quando ainda na barriga da mãe, os gêmeos já brigavam dentro dela. Ela foi no monte do Castelo consultar uma adivinha chamada Bárbara, esta “profetizou” que eles seriam homens grandes (#sqn) Bem, eu pensei que os personagens do livro se chamavam Esaú e Jacó, assim como na Bíblia (#sqn também). Esta foi apenas uma referência mas a história em si tem alguma semelhança. Enquanto os legítimos disputavam a primogenitura como herança, os nossos Esaú e Jacó (na verdade, Pedro e Paulo) disputaram dentre muitas coisas, a última palavra política, por exemplo, também Flora, um mulher ruiva, nada feia, que amava a ambos e não soube escolher com quem ficaria. Além da dispout por Flora, possuem posições políticas bastante diferentes. Enquanto Pedro é mais conservador e monarquista, Paulo se mostra republicano e progressista. Os nomes escolhidos por Machado no livro também são bíblicos (assim como Esaú e Jacó - título)… Para Pedro pensei logo naquela passagem de “sobre esta pedra edificarei a minha igreja e não é atoa que a igreja Católica refere a Pedro como o primeiro papa… mostrando o assentamento (conservadorismo) e o fato de ser o primeiro papa, como um título (monarquismo). O nome de Paulo escolhido, acredito salientar por natureza o progressismo, a transformação, tendo em vista que esta figura não teria sido um líder fixo… mas sim um escolhido de Deus em transição (não deixando legado da Igreja, pelo “hereditariamente” como os papas). Acredito que por isso ele representa mais o progressismo, como mostra o livro, do Pedro, e conseguinte o apoio à república… As distinções entre Pedro e Paulo (no livro de Machado) não param por aí. Enquanto Pedro é mais assentado, conservador, e vai fazer medicina no próprio Rio de Janeiro, Paulo como ser menos sendentário, e mais progressista, vai fazer direito na cidade de São Paulo. Este olhar muito me intrigou. No final Flora morre... e os irmãos viram deputados

Nenhum comentário:

Se você se interessar tem um curso que pode ajudá-lo a obter 100.000 seguidores no Instagram